Reflexões da Sexta Feira

Sempre pensei que o grande poder da literatura estivesse na sua aplicação prática. Os textos literários, em vários níveis – e inclusive os de ficção-, são recursos de conhecimento sociais, enciclopédias humanas, perlas preciosas. Através dos textos se constroem percursos históricos, comunicativos, linguísticos; aprendem-se as mudanças das culturas, das épocas, as dinâmicas políticas e os projectos dos que mandam no mundo, as estratégias do poder.
Fazer literatura (em qualquer forma, sejam escritores, sejam poetas ou leitores apaixonados), ou mover-se dentro da literatura, significa ser agudos pesquisadores duma das ciências humanas. Os escritore fazem, em parte, o trabalho dos historiadores e dos sociólogos. Os leitores nutrem-se com a literatura, espalham-na e, às vezes, produzem outros textos.
Às vezes para mim é necessário roubar as palavras dos outros, fazê-las minhas e entender os meus sentidos e o significado das coisas do dia-a-dia. Sempre foi assim. Apaixonei-me para a literatura quando era criança porque, de qualquer forma, entendi que me podia educar, dar conhecimento, aplacar a sede. Gosto de roubar as palavras dos outros, se calhar traduzi-las, ver se funcionam em outros mundos, em outras línguas, até em outros contextos.

Hoje comecei o meu dia com uns versos do poeta angolano António Jacinto, lido por Ondjaki.

dia de faxina, de antónio jacinto from ondjaki on Vimeo.

Ler mais: A Modernidade nas Literaturas em Língua Portuguesa.


3 responses to “Reflexões da Sexta Feira”

  1. Condivido pienamente le tue parole, Marian… e mi permetto di aggiungere che scrivere o leggere o tradurre… ci permette anche di sognare!!!
    Ti auguro un sereno fine settimana con un abbraccio :-)c

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    • Hai ragione, sognare, sì, ma non sognare in modo comune, sognare con una peculiare intensità. Sognare come un Annwyn, quasi illudendosi di poter raggiungere una realtà parallela, dove l’anima spalanca le porte e la sensibilità irrompe. E forse si finisce per raggiungerla davvero questa realtà, fra le righe di una storia, fra i versi di una poesia, sul pentagramma di una musica, e così via…
      Un caro abbraccio a te Claudine

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      • Grazie per questa “carezza di parole”… sai, Marianna, è importante lasciare libera la bimba interiore… lei ti prenderà con dolcezza la mano, ti condurrà lungo sentieri nascosti, a volte impervi, ti mostrerà cose che hai dimenticato di guardare, altre che non vedevi poiché la mente è oberata di pensieri e preoccupazioni…
        E quando raggiungerai la Meta, la bimba ti sorriderà mostrandoti con mano ferma il tuo cuore: “È lì che io albergo… e quando vorrai sognare, cercami, ti accompagnerò…”

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